São como pelos
no sovaco: todo mundo vai ter um dia, mais cedo ou mais tarde; para alguns, não
vai fazer diferença e essas pessoas irão aprender a conviver com eles; já para
outros, os pelos virão e serão um grande incômodo, do qual as pessoas passarão
a vida tentando se livrar utilizando-se de variados métodos. Assim são os Karmas ruins.
Mais precisamente os Homens-Karma.
O Homem-Karma
vai aparecer e, a princípio, assim como são os pelos sovacais para uma pré-adolescente,
serão quase motivo de comemoração. Um acontecimento novo, que marca uma etapa
na vida. Mas, com o tempo, percebe-se que o que outrora foi motivo de
comemoração, hoje é tortura. Absolutamente desnecessário. Algo que a evolução
da espécie humana ainda não se deu conta de que precisa ser dizimado.
Para as que
ainda não aderiram à depilação “definitiva”, fica mais fácil entender: sabes
quando tu queres usar um vestido super cavado, o mais lindo do guarda-roupas, e
a depiladora não tem hora livre? Então, tu apelas para a gilete maldita. Mas
ocorre que ela está sem lâminas afiadas. Já atrasada para sair, acidentalmente
cortas a tua pele. Não há mais tempo para reformular a roupa, tem de ser o
vestido maravilhosamente cavado. As axilas não estão perfeitas. Terás que te
condicionar a não realizar todos os movimentos braçais.
O Homem-Karma faz a
mesma coisa com a tua vida. Bagunça absolutamente tudo o que já estava
programado e engessa teus movimentos de tal forma, como se tu não fosses capaz
de erguer os braços para pedir socorro. Como se, ao ergueres os braços, teus pelos
ficassem à mostra. Que vergonha. Não dá. Não tem solução. A saída é esperar de
braços cruzados, até que ele vá embora. Ou até que a depiladora abra um
espacinho na agenda...
E ele sabe que
é um Karma. Ele te pede desculpas por ser um Karma. E tu achas a atitude nobre.
E ele permanece sendo um Karma. Porque tu permites. Tens medo de usar uma
lâmina afiada e terminar com tudo!
O HK não
necessariamente é um cara bonito, mas tem a mãnha. Geralmente tem uma família
complicada. Ou uma namorada psicótica com quem ele já tentou terminar umas três
vezes (é o que ele diz), mas ela fez escândalo no prédio (é o que ele diz) e
ele se compadece (fato). Ou tem um emprego que gera muita pressão psicológica. Ou recém
terminou um relacionamento que fez muito mal a ele. Ou, o que é muito comum:
todas as alternativas anteriores. Pobre Karma: está em recuperação. Tu tens o
dever de ajudá-lo.
O bom HK não
vem para ficar. Ele vem e vai. Tu decides cortá-lo da tua vida, ele finge que
entende. Deixa o tempo passar, a ferida quase fechar, até que resolve
reaparecer. Como um pelinho encravado: tu não percebes que ele está lá, sob a
pele e, quando menos esperas, ele ressurge, incomodando, deixando a pele feia,
lembrando de que ele ainda está ali! Maldito pelo! Que raios de pinça será
preciso usar para dar fim nele?!
Depois de
muitos (sim, no plural) Homens-Karmas encontrados vida afora, achei a solução: aderi à
depilação “definitiva”. Por enquanto, estou recomendando o mesmo às amigas. O
problema são as aspas que vem com a modalidade que promete dar uma solução ao
sofrimento:
Importa
esclarecer que o termo “depilação definitiva” tem vindo a ser substituída por
“depilação permanente”.
Isto porque, neste momento, não existe nenhum método que garanta (embora a taxa
de sucesso ronde os 80%) a remoção total de todos os pelos. O que este gênero
de tratamentos permite é uma depilação progressivamente definitiva em que, com
o decorrer das sessões, os pelos vão tornando-se cada vez mais fracos, mais
claros e o seu crescimento mais retardado (do site entremulheres.com).