terça-feira, 2 de abril de 2013

Das tipologias masculinas: o Karma (ruim)


São como pelos no sovaco: todo mundo vai ter um dia, mais cedo ou mais tarde; para alguns, não vai fazer diferença e essas pessoas irão aprender a conviver com eles; já para outros, os pelos virão e serão um grande incômodo, do qual as pessoas passarão a vida tentando se livrar utilizando-se de variados métodos. Assim são os Karmas ruins. Mais precisamente os Homens-Karma.

O Homem-Karma vai aparecer e, a princípio, assim como são os pelos sovacais para uma pré-adolescente, serão quase motivo de comemoração. Um acontecimento novo, que marca uma etapa na vida. Mas, com o tempo, percebe-se que o que outrora foi motivo de comemoração, hoje é tortura. Absolutamente desnecessário. Algo que a evolução da espécie humana ainda não se deu conta de que precisa ser dizimado.

Para as que ainda não aderiram à depilação “definitiva”, fica mais fácil entender: sabes quando tu queres usar um vestido super cavado, o mais lindo do guarda-roupas, e a depiladora não tem hora livre? Então, tu apelas para a gilete maldita. Mas ocorre que ela está sem lâminas afiadas. Já atrasada para sair, acidentalmente cortas a tua pele. Não há mais tempo para reformular a roupa, tem de ser o vestido maravilhosamente cavado. As axilas não estão perfeitas. Terás que te condicionar a não realizar todos os movimentos braçais.

O Homem-Karma faz a mesma coisa com a tua vida. Bagunça absolutamente tudo o que já estava programado e engessa teus movimentos de tal forma, como se tu não fosses capaz de erguer os braços para pedir socorro. Como se, ao ergueres os braços, teus pelos ficassem à mostra. Que vergonha. Não dá. Não tem solução. A saída é esperar de braços cruzados, até que ele vá embora. Ou até que a depiladora abra um espacinho na agenda...

E ele sabe que é um Karma. Ele te pede desculpas por ser um Karma. E tu achas a atitude nobre. E ele permanece sendo um Karma. Porque tu permites. Tens medo de usar uma lâmina afiada e terminar com tudo!

O HK não necessariamente é um cara bonito, mas tem a mãnha. Geralmente tem uma família complicada. Ou uma namorada psicótica com quem ele já tentou terminar umas três vezes (é o que ele diz), mas ela fez escândalo no prédio (é o que ele diz) e ele se compadece (fato). Ou tem um emprego que gera muita pressão psicológica. Ou recém terminou um relacionamento que fez muito mal a ele. Ou, o que é muito comum: todas as alternativas anteriores. Pobre Karma: está em recuperação. Tu tens o dever de ajudá-lo.

O bom HK não vem para ficar. Ele vem e vai. Tu decides cortá-lo da tua vida, ele finge que entende. Deixa o tempo passar, a ferida quase fechar, até que resolve reaparecer. Como um pelinho encravado: tu não percebes que ele está lá, sob a pele e, quando menos esperas, ele ressurge, incomodando, deixando a pele feia, lembrando de que ele ainda está ali! Maldito pelo! Que raios de pinça será preciso usar para dar fim nele?!

Depois de muitos (sim, no plural) Homens-Karmas encontrados vida afora, achei a solução: aderi à depilação “definitiva”. Por enquanto, estou recomendando o mesmo às amigas. O problema são as aspas que vem com a modalidade que promete dar uma solução ao sofrimento:
 

Importa esclarecer que o termo “depilação definitiva” tem vindo a ser substituída por “depilação permanente”. Isto porque, neste momento, não existe nenhum método que garanta (embora a taxa de sucesso ronde os 80%) a remoção total de todos os pelos. O que este gênero de tratamentos permite é uma depilação progressivamente definitiva em que, com o decorrer das sessões, os pelos vão tornando-se cada vez mais fracos, mais claros e o seu crescimento mais retardado (do site entremulheres.com).

 
 Em suma, amiga karmática, em caso de dúvidas, consulte seu psiquiatra dermatologista...