Entre tantas
coisas mirabolantes que culturalmente nos separam dos homens, essa busca pelo
“sobrenatural” pra dar uma “luz” nos nossos caminhos, certamente é bem coisa de mulherzinha. Conheço pouquíssimos homens que apelaram pro sobrenatural, ou
coisa parecida. Em compensação, é difícil não topar com uma mulher que já não
tenha pedido socorro pro além.
Não estou
falando de fé. Estou falando de farofada mesmo. Indiada da braba!
Cartomante.
Quantos homenzinhos aí do outro lado já foram em uma? Ok... Plateia não se
movimenta muito. E as mulheres: quantas aí já foram pra uma “partidinha” de
tarô? Huuummmm... Vejo muitos bracinhos levantados. Alguns tímidos, outros
beeeeem efusivos.
Juntar a
mulherada pra ir numa cartomante, ou pra fazer uma sessão de reiki, ou,
simplesmente, pra tomar um passezinho... É muito programa mulherzinha! E veja
bem: programa muito democrático, pois abrange todas as faixas etárias. É bem
bom juntar uma turminha e ir numa sessãozinha, nãm?! Agora, quando em vida que
vamos ouvir um homem falar pro outro: - Ô, meu, tem uma cartomante lá perto de
um brother meu que é muito boa, cara. A gente tem que ir uma hora. Vamos avisar
o Paulão, ele tava procurando uma pra ir. Combinamos e simbora junto lá
consultar?
Nunca.
Se acreditamos
nas cartas? Não. Às vezes não. Mas não custa (muito) ver o que elas nos dizem,
nãm? Eu, por exemplo, sou do tipo que vou desacreditando, duvidando,
testando... Mas vou. Quantas vezes já fui, assim, nesse descrédito? Algumas
várias... Mais de meia dúzia, com certeza! Ui, contabilizando aqui... Quantos
pilas já gastos em carteados, ein?!
E que homem
faria isso tão assiduamente? Gastaria $$ pra ouvir coisas que já sabe de si
mesmo, ou para talvez, quem sabe, antever coisas da sua vida, que nem tem data
precisa pra acontecer, ao invés de comprar um engradado de ceva e jogar uma
bolinha com os amigos? 0,00000002%, eu diria.
E não são só
as cartomantes. Nós, as mulherzinhas, visitamos as aplicadoras de reiki, as
sensitivas, vamos aos centros espíritas, aos centros religiosos, aos astrólogos,
numerólogos...
E digo mais:
não importa onde estão essas pessoas, nós vamos. Nada é impossível quando uma
mulher está motivada a alcançar o desconhecido.
Alvorada? Fui.
São Leopoldo? Logo ali. Está calor, é noite, o lugar é ermo, tem que pegar duas
conduções pra ir e duas pra voltar? Uma ou duas horas de espera para entrar na
sala e ficar apenas 30 minutos na consulta? Gastar gasolina adoidado, porque o
chalé de madeira sem número onde a tia do passe atende fica numa rua sem saída?
Tudo vale a pena.
Não tem empecilho
que segure uma mulher na hora da conversa com o além... E nós acreditamos
nisso? Não muito... Ah, mas não custa (muito) ir, né?!
Definitivamente
somos mais do que a diferença entre XX e XY. Somos um abecedário de diferenças.
Homens e mulheres.
A última cartomante
que fui, disse que vou achar um homem bem parecido comigo... Será que ele vai gostar
“jogar” um tarozinho também?