quarta-feira, 20 de abril de 2011

Páscoa: eu ganho pérolas!

Primeiro de tudo: muiiiito obrigada a todos que passaram por aqui, que deixaram recados, que comentaram comigo sobre o blog, que me transmitiram carinho, enfim, muito agradecida mesmo! Apareçam!


Vamos ao que interessa: o único feriadão do ano - um salve para o monge Dionísio, figura que montou esse calendário maaaravilhoso que temos até hoje, que compreende cinco dias de lida e somente dois de estado vegetativo. Bem, acho que todo mundo pensa na Páscoa como época de viajar, fazer festa, descansar, reunir pessoas e, claaaaro, dar/receber chocolates - tá, pensamos em outras cositas más, mas não vem ao caso agora; abafa e foco!

Com o passar do tempo, vocês já devem ter percebido que a idade é inversamente proporcional ao número de chocolates que ganhamos na Páscoa. Primeiro, termina a história de procurar o ninho: "pega logo aqui a caixa de chocolates da Garoto que eu te comprei por R$5,99 e Feliz Páscoa". Depois, passamos a ganhar chocolatinhos somente das pessoas mais próximas, de um familiar (nessas horas sempre podemos contar com a mãe), de namorado(a), amigos mais próximos, num amigo secreto básico da firrrrrma e por aí vai. A questão é: cresceu, perdeu playboy, perdeu! Se quiser chocolate, vai na venda.

Bem, eu não posso me queixar. Coelhinho da Páscoa deixou de me dar chocolates, mas passou a me presentear com pérolas. Aqui vale a máxima "quem tem amigos, tem tudo". Então, deem (caiu o acento, né?!) licença, mas meu amigo Seu Coelho é podre de chique e me presenteia com pérolas de valor inestimável. Não vou aqui fazer metáforas sobre a amizade, ou sobre o verdadeiro significado da Páscoa, blá blá blá... vou deixar que o vídeo de uma certa Páscoa ocorrida outrora fale por mim.






Um bom feriado a todos!!!

sábado, 16 de abril de 2011

Fresquíssima: sobre o Pouca Prática

Buenas, e me espalho, já diria o Capitão Rodrigo - aquele gostoso!! E falando em homem, resolvi socializar meus pensamentos sobre a tipologia masculina.

Capítulo de hoje: O Pouca Prática

Pouca Prática é boa pinta. Tu encontras ele geralmente na noite. Nas festas onde tem bastante estilo panicat. Tu estás lá, porque afinal de contas é onde a maioria dos amigos quis ir, não tem chinelagem, a música até que passa por umas 2h sem te incomodar muito... e vai que tu achas alguém interessante, vamos ver, não sejamos cabeça fechada... e lá está ele: o Pouca Prática. Alto, bronzeado, cabelos bem penteados, roupitcha ajeitada, sorrisão branco, covinhas... "Opa, hoje o Senhor teve pena da filha aqui!!" tu pensas.
Caminhando ou parado, Pouca Prática tem sempre um copinho de Red+whisky na mão. Vez que outra ele derrama em ti a bebida, pois não tem muita prática com as funções simultâneas pensar/respirar/trovar/segurar copo/sorrir. Mas tá, tu deixas passar, o problema és tu, que não tens paciência, não ele... deixas passar, pegas um guardanapinho, limpa a perninha molhada de Red+whisky  (que vai ficar fedendo a noite toda), matas no peito o momento demônio da Tazmania, e diz "Não foi nada" - sorrindo, lógico. Afinal, Pouca Prática é um tipão. Vamos dar um crédito: moreno, alto, bonito e sensual! O beijo não é lá essas coisas, mas vai que é coisa do dia... não era um bom dia, vamos dar um crédito: Pouca Prática é um tipão!!
Pouca Prática pega teu telefone na noite. No outro dia, quando ele te liga, tu pensas: "opa, esse aí saiu da Paleozoica já. Vamos dar mais um creditozinho". Ele marca de ir te ver, na festa que tu escolheste. Ponto pra ele, vai até lá pra te ver. Avançamos para a Era Mesozoica. Os dias transcorrem, cada um tem seu espaço, afinal é verão. Os encontros vão seguindo com um bom espaço de tempo. Tu, ainda tentando saber se ele pensa tanto quanto se veste bem... a embalagem vai agradando, mas alguma coisiiiiiiinha não bate.
Ele vai te pegar em casa pela primeira vez: Pouca Prática só ouve música eletrônica; no carro, além da boa trilha sonora, ar ligado no menos dez graus centígrados: "frio, quer que eu desligue?", daí tu matas outra no peito, sorri como sempre, respiiiiira e diz "não, tô bem assim", quando na verdade tu queres dizer "sua anta, evidente que tá frio, não tá vendo que tô de pernas de fora, alcinha, decote... tudo pra te agradar, e tu me vem com esse frio do c***". Mas calma, o problema és tu, que não tens paciência, Pouca Prática é um tipão, é gente boa, vamos dar um crédito. Ele vai tentar te comer, fato. Tu não estás no clima ainda. Pouca Prática não gosta. Mas não é um não gostar de um ser humano normal: Pouca Prática pensa que tens obrigação de dar pra ele, afinal, ele é um tipão!! Pouca Prática fica de cara contigo, faz questão de transparecer isso, e pior: tu vais te sentir culpada com tamanha destreza que PP (apelidinho carinhoso) tem em fazer beicinho: vamos admitir, ele fica uma graça fazendo mãnha.
Chegamos à "Noite D". Pouca Prática te convida pra ver um filme - educativo... Com o passar das horas tu vais pensando: "dar ou não dar, eeeeis a questão". "Ah, vamos dar, né?! Não vai adiante mesmo, vamos passar o tempo, o cara é um tipão, vai ser bom". É a Pós-Modernidade.
PP vai com muita sede ao pote. Ele não faz, pergunta o que fazer, nas horas mais impróprias. Ele não te pega, sacode!! Ele pergunta se é pra usar camisinha (e tu fazes um esforço tremendo pra dizer apenas o "sim", quando na verdade tu queres dizer "soca no *** essa merda que eu tô indo embora!"). Ele avisa que vai gozar, quando tu estás no 1/4 do procedimento ainda: "tá, goza logo então, e acaba com essa desgraça!!", é o pensamento. Então tudo termina (ufa!). Segundo tempo: a tortura continua... Pouca Prática repete todos os erros... "É, agoooora entendi o que não se encaixava bem... não era impressão: mulher tem pressentimentos e nunca dá atenção a eles. Mulher é bicho bem burro!!", é o que tu chegas à conclusão, ali ao lado de Pouca Prática, que lógico, diz que gostou muito, e te pergunta: "Tava bom, né?!". Putaqueopareeeeeooo... Era Arqueozoica.
Termina a noite maldita. PP te liga nos dias seguintes, tenta marcar encontros do tipo: "se tu quiser me dar eu vou te ver, caso contrário, tenho compromisso amanhã cedo, daí fica pra depois o nosso encontro", é o que está nas linhas, não nas entrelinhas, pois Pouca Prática não trabalha muito bem com a subjetividade. Termina o verão, vem o Carnaval. Tu e o Pouca Prática fazem um acordo velado: cada um no seu quadrado. Até que uma sábia amiga dá a dica: "essas merda vão tudo incomodá depois do Carnaval!", assim mesmo, com esse refinamento de linguagem. Dito e feito, a amiga letrada sabe das coisas funcionais da vida.
Pouca Prática te liga depois do Carnaval. Te convida pra ver um filme. Tu não aceitas e fazes a contraproposta de um sorvete singelo, pra ver se ele entende o recado. Não, ele fica de cara: "deixa pra próxima então, na semana a gente marca de se ver, quando tu tiver mais tempo"... assim, sutil como Galliano adorando em público o Nazismo. Pouca Prática esfria a cabeça e te liga novamente. Ok, hoje vamos fazer caridade, vamos sair com Pouca Prática: vocês rodam a cidade toda procurando um bar, ele te leva numa bosta de lugar... lógico, não restando mais nada a fazer, vamos ver um filme - educativo. Pouca Prática refaz alguns erros, melhora em outras coisinhas... te faz um elogio até: "nossa, teu cabelo tá comprido, né? É testemunha de Jeová, agora?!".
É, daí tu chegas em casa e vem a derradeira conclusão: "Pouca Prática sou eu, que ainda não virei lésbica!! Senhor, dai-me tesão pelas mulheres, que dos Homo Erectus já tomei machadada que chega!"


"Ah, Senhor, pensando bem: me reverte os créditos que dei ao PP e manda tudo em milhas na fatura deste mês do meu cartão?!"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Perdas e ganhos

Levanta a mão aí quem já perdeu um guarda-chuva!
Muito bem... público grande - eu, particularmente, nunca perdi; geralmente estrago todos antes de conseguir chegar na etapa da perda. Permanece com a mãozinha no ar quem já perdeu a hora. Agora aguenta mais um pouquinho: quem já perdeu uma roupa? A bonitinha ali, de cabelos presos: perdeu ou não perdeu?! Tá valendo o empréstimo que foi e não voltou praquela amiga mimosa... ah, muito bem, maior adesão. E quem já perdeu um bichinho de estimação? Ok, nem todo mundo teve um bichinho... reduzimos os braços altos (e as cãimbras do pessoal com mais de 26 anos). E um travesseiro: alguém já fez a proeza? É... menor índice de levantamento de braços.
Alguém por aí já perdeu um pedaço?
Ando procurando uns pedaços meus por aí, e tinha curiosidade de saber quantos braços ficariam erguidos com o meu... felizmente os guarda-chuvas são mais desprezados do que os pedaços. Exite um pedação meu que partiu já faz algum tempo. Mas é impressionante como o tempo, ao contrário do que diz o chavão, não cura tudo. Ele amortiza, traz a reflexão, às vezes até o entendimento, mas a cura nem sempre vem com ele. No máximo um curativo, uma suturinha... às vezes até uma plástica! Em alguns casos, o tempo não traz de volta... ao contrário, leva pra mais longe.
Começo blogueando (what?!) para um pedaço meu. Ele não volta. Não sei se vai ler o que escrevo, não sei se vê o que eu vejo, se sabe o que eu sinto... mas devo uns minutinhos a ele, pela vida que ele compartilhou comigo.
Foi meu guarda-chuva nas tempestades dessa vida - louca vida, vida breve! Emprestava o tempo dele pra me dar atenção. Não era como a roupa mais bonita, mas equivalia àquela mais confortável - quanto mais velha, melhor. Meu abraço de urso nas conquistas. Meu travesseiro, pra chorar baixo ou sonhar alto.
Muitas vezes, perdemos coisas e pensamos no valor delas quando não as encontramos mais ou, quando temos de substituí-las. Ou, nem pensamos no valor das coisas: vamos aproveitar e trocar tudo. Mais cedo ou mais tarde, tocamos a vida, compramos outra blusa, vamos até o centrão e pagamos R$5,00 por um outro guarda-chuva qualquer, negociamos com o chefe novos prazos, compramos um peixe no lugar do cachorro... acertar no travesseiro é difícil, mas vamos testando e uma hora achamos um bom, ou melhor do que o antigo.
Com pessoas não é tão simples. Geralmente, quando alguém se vai, pensamos no vazio que ficará. Sentimos, sem conseguir por em palavras. É dor física e dor de alma. É corte - será que vem daí a expressão "partiu"?
O tempo, hoje, trouxe pra mim o entendimento de que uma parte foi perdida, mas que eu também ganhei muito: cantar parabéns rápido pra comer logo o bolo; montar e desmontar o kart; subir no cão policial fingindo que é cavalo (pobre Laika); encher os tênis de pega-pega; ser corrida a tiros de espingarda de terra alheia; comer churrasco até passar mal; ligar pra pedir um conselho na madrugada; sair de casa arrumada e voltar sem fazer festa nenhuma; sentir o vento na praia; dar risadas impróprias; acampar na chuva; combinar aquela viagem que nunca sai; compartilhar o silêncio de quem não precisa falar nada pra se sentir à vontade, porque pra isso basta estar perto, junto... É por isso que tento não deixar a dor da perda ficar acima da felicidade de ter ganho muito ao lado dele.

É pro meu irmãozinho de coração que escrevo. Obrigada pelos vários pedaços de alegria que construímos juntos!

Somewhere over the rainbow, a gente toma aquele chimas!!