terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A obrigatoriedade de ser feliz... eca!

Ai, coisa chata!

Já notaram que ser feliz é quase um atributo a ser incluído no currículo? Qualquer dia desses, quando fores fazer uma entrevista de emprego, vão perguntar pra ti: “Digita rápido? Ok. Domina os aplicativos que a empresa manipula? Ótimo. É organizada? Hummm. Fala três idiomas? Ok. Experiência no cargo? Ceeeerto... E feliz, tem experiência em felicidade? É feliz atualmente? Acordou feliz hoje? Mas é feliz meeeeesssmo? Aaaah, que peeeena, estamos com vagas abertas para pessoas do tipo Smurfs. Volte quando abrirmos vagas para Garoto Enxaqueca, por favor”.

Essa urgência da felicidade, essa ânsia de ser feliz agora, nesse minuto! Ano Novo: tem que festejar. É Carnaval: tem que estar feliz. Aniversário: felizaaaço!!! Acho isso tudo muito artificial. Pessoas artificiais me irritam profundamente. Gosto de pessoas normais.

Pessoas normais choram, xingam, excomungam! Pessoas normais acordam mal humoradas vez que outra (tá, no meu caso, sempre...), falam palavrão pra caráaaaa... quando batem o dedinho na quina da cama, ficam nervosas, ansiosas, preocupadas, insatisfeitas. Pessoas normais passam por altos e baixos, e, por isso, são capazes de apreciar os momentos de felicidade em todos os seus detalhes.

Tenho aprendido na yoga (sim, Pequeno Gafanhoto procurando evolução espiritual) que felicidade já é uma coisa que nos pertence, está no ar. Basta estendermos a mão e a apanharmos. Escolhemos ser felizes ou infelizes, mas isso é um processo. Apanhar a felicidade sem que ela escape é uma construção, precisa de solidez.

Filosofias à parte, o ponto é que pessoas felizinhas, perfeitinhas demais, não existem. Desculpa, não compro esse produto: coisa chata se todo mundo fosse perfeito, eu gosto é dos defeitos, eles que particularizam as pessoas! Defeitos deixam as pessoas engraçadas, singulares, inesquecíveis! Sim, sou inesquecível, já sei... Não, não foi um autoelogio...

Aliás, falando em felicidade urgente e pessoas perfeitas/imperfeitas, passei a gostar muito mais da Sandy depois que li a declaração dela na Playboy. E voltei a achá-la muito monga quando ela disse que a declaração estava fora de contexto. Êeeee, pessoinha perfeita felizinha mais chata do mundo! Torço tanto pra que ela dê o c*** de verdade... Pronto, falei!
Beijo grande, e sejam felizes nesse Carnaval!

Eis o retrato genuino de um dos melhores momentos de felicidade que já presenciei de um Homo Sapiens.
E quem será o Wally? Resposta escondida na própria foto, quem será o primeiro a descobrir?

3 comentários:

  1. Não sei, minha amiga, se vc tem religião. De todo modo, como ateu, digo-te que, tanto quanto em deus, não creio na felicidade. São conceitos, tendo a crer, claramente oriundos do mesmo engodo.
    GK

    ResponderExcluir
  2. Nanda, pior do que ser feliz o tempo todo é o cara social o tempo todo. Um dia, fui muito sociável (uso esse termo por não adotar outro pra minha neurose anti-social), mas acho que gastei todos os créditos dessa encarnação. Como me irrita ter que sair de casa. Festa de família, só se for na casa de alguém muito próximo. Esse lance de escolher roupa, arrumar cabelo e maquiagem me deixa muito nervosa (pra não dizer puta!). Balada! Eu tenho ódio hoje em dia. Deixar a bunda quadrada numa cadeira de boteco só com um motivo muito forte. Cara, me reconheci neste texto lembrando de todas as desculpas que dou pelo meu mau humor nestas ocasiões. Muito bom!

    ResponderExcluir

Contribuições fresquinhas