quarta-feira, 18 de maio de 2011

How to lose a guy... in 10 MINUTES!

Bem, os meninos talvez não liguem o título ao filme, mas com certeza 98% das amigas que lerem o enunciado já devem ter ligado o tema à comédia romântica “Como perder um homem em dez dias”. Well, mulher que se preza não demora tanto assim para perder um corpinho novo. Vamos ao caso de “M”- que, a pedido, terá sua identidade preservada.
M é uma mulher bem resolvida intelectualmente. Sabe de suas limitações (leia-se que não é uma nerd, mas também não compartilha DNA com a Geisy), mas não se micha para qualquer assunto, não! M gosta de ler, já leu uns 62,8% dos autores clássicos da literatura brasileira, gosta de história, arranha bem em alguns idiomas, versa sobre cultura geral e é capaz de opinar sobre política e economia sem que isto consista em uma verborragia. Nossa heroína tem os requisitos básicos de um ser pensante, já tendo ultrapassado o nível da comunidade lesma.
Mas M também tem seus maus dias... Contou-me, não em tom de lástima, mas de quem ri de si mesma (tamanho absurdo que havia produzido), que cometera um recorde entre suas amigas de espécie: M perdeu um corpinho novo em dez minutos. Certa feita, passeando lépida e faceira com o corpinho novo, M iniciou um diálogo que, acreditava ela, levaria seu nome aos píncaros da glória com o flerte, agregando mais pontos a sua escala de avaliação.
Aconteceu mais ou menos assim:

No carro.
Corpinho – Nossa, até que enfim, asfaltaram isso aqui! Era horrível, precisou terminar o verão para asfaltarem.
M, com seu conhecimento de causa, manteve-se quieta, para não contrariar o corpinho, na esperança de que outro assunto fosse iniciado. Mas o corpinho, certamente achando que este seria um bom assunto para ele próprio adquirir pontos na escala de avaliação com M, não se conteve com o silêncio no carro e chamou M para o debate.
Corpinho – Como é que pode, um lugar assim tão bonito, sem asfalto? Até que enfim, se deram conta. Tu não achas?
M – Olha... acho que não concordo muito contigo sobre isso...
Corpinho – Como assim?
Nesse ponto, M, sem saída, viu então a possibilidade de esbanjar em 360° sua magnitude sobre o tema.
M – Pensa bem, isso é uma praia! Nesse tipo de praia eu acho mais adequado haver calçamento. As pessoas associam o asfalto a progresso, mas o solo tem características diferentes em cada lugar.
Corpinho – Mas como assim, tu achas melhor deixar tudo esburacado?
M – Não, claro que não. O acesso tem que existir, mas o asfalto não é a solução pra tudo, ao contrário: muitas vezes é um problema!
Corpinho, quase convencido, e certamente pensando que ali se encontrava um ser pensante, achou por bem continuar o assunto.
Corpinho – Mas como assim, o que tu achas que tem que ser feito, então?
M – Pra cá, por exemplo, a solução talvez fosse o calçamento, não o asfalto. Não tenho o conhecimento técnico, mas acho que asfalto é uma solução simplista, tu não achas?
Corpinho – Hummm...
Digna de sua espécie feminina, M elevou à décima potência a importância daquele momento. Logo já pensou que ali estava um ser que já começava a se apaixonar por ela. Empolgada, engrenou no monólogo.
M – Imagina só: a inclinação da cidade converge para a praia. Se toda vez que tiver ressaca ou que os níveis de chuva forem maiores do que o normal, as águas excedentes não vão escoar para o mar, e sim para as casas e para as outras construções que estão na cidade. E o solo, como está asfaltado, irá embolsar a água, porque asfalto não tem capacidade de absorção! Então, ao invés de criar uma solução, tu crias um problema para toda a cidade!! Aparentemente uma solução imediata, mas um problemão de longo prazo: gasto público em reconstrução, drenagem, recuperação da imagem da cidade, que ficará comprometida pela falta de planejamento...
Corpinho, já um pouco impressionado, continuou o assunto. Mas, obviamente, não se dando por vencido, como é natural de sua espécie. Tentou, também ele, mostrar que podia manter uma discussão no nível intermediário do intelecto.
Corpinho – Mas existem áreas que podem ser asfaltadas e outras calçadas.
M agora pensava em dar o golpe derradeiro. Mostraria como ela, com sua facilidade de observação, conseguia perspicazmente opinar sobre assuntos diversos! “É agora”, ela pensou, “ele vai concordar comigo, não vai ter como me sair mal; aposto que ele nunca ficou com alguém tão articulada como eu”, já comemorava, rindo-se por dentro.
M – Claro, mas depende. Varia de cidade pra cidade. Aqui, por exemplo, pelo o pouco que eu vi, não sei se é o caso de colocar asfalto em lugar algum! Tu por acaso já percebeste que aqui não tem condições básicas de escoamento nas calçadas do centro?! Não tem uma mera boca-de-leão para ajudar no escoamento da água?!
Corpinho – Boca-de-LEÃO?! De-LEÃO?

M – Asfalta!!! Asfalta toda esta merda! Concordo contigo! E aproveita e já chama o caminhão de asfalto pra me jogar um tonel de piche por cima. Me asfalta junto, pelo amor de Deus!! Me asfalta agora!!!



Um comentário:

  1. Se vocês ficam perplexas com visões e capacidades simplistas de solução... imaginem o que sobra pra classe pensante masculina. Sim ela existe e é sofre 10x mais, a diferença que usamos nossa capacidade intelectual para iludir as pseudo pensantes, afim de conseguir nossos objetivos.

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